Vamos nos ajudar?



A melhor maneira de retardar o início da hemodiálise ou diálise peritoneal para o paciente renal crônico é o próprio paciente acreditar que se pode ajudar. E é ele mesmo que fará a diferença.

Quando o paciente já sabe que tem um problema renal, ele já deve começar essa auto-ajuda. Para isso existe o tratamento conservador. Seguir os procedimentos indicados é a melhor forma para se sentir melhor. Se o paciente levar à sério, ele poderá postergar o início da hemodiálise ou diálise peritoneal por um bom tempo!

A escolha é do próprio paciente.

Se o paciente renal entrou na lista de transplante (que poderá levar anos até ser contemplado), durante esse período de espera ele estará sendo submetido à hemodiálise ou diálise peritoneal.

Essa espera costuma gerar ansiedade em alguns pacientes. Portanto, como nunca se sabe o momento certo que virá o chamado para o transplante, o paciente deve ter consciência que a melhor maneira de suportar o tratamento é tentar levar a vida o mais normalmente possível, mantendo sua autoestima elevada e ter a certeza que nossa doença tem tratamento e não cura.

Na hemodiálise:

Não adianta o paciente ir para a Clínica de Hemodiálise, passar 4 horas na máquina e esperar sair sequinho se ele mesmo não se ajudar. A máquina não faz milagres!

Passar o final de semana comendo e bebendo à vontade só vai piorar sua situação!

Quanto mais quilos esse paciente ganhar, mais irá sofrer na máquina!

Na hemodiálise, existe o chamado peso seco, que como já falei anteriormente é o peso ideal recomendado pelo médico para cada paciente, ou seja, é um peso no qual o paciente tem que se sentir bem (sem inchaços e com a pressão arterial boa).

A pesagem inicial vai determinar o quanto esse paciente ganhou de peso. E a máquina de hemodiálise vai ter que retirar todo o excesso acima do recomendado. 

Quanto mais o paciente excede em peso desnecessário, mais sofre na hemodiálise para recuperar o peso seco.

Essa é uma boa razão para o paciente fazer o possível para se ajudar!

Na Diálise Peritoneal:

A diálise peritoneal automatizada é feita na residência do paciente, no seu quarto, no local onde ele se sente bem, onde se sente mais confortável e, o que é mais importante, junto de seus familiares. Melhor que isso? O paciente faz a diálise durante à noite e enquanto dorme ou, se optar pela diálise peritoneal manual, faz durante o dia em horário pré-estabelecidos.

Tomar o máximo cuidado com a higiene fará parte da rotina do paciente. Isso é fundamental!

Em contrapartida o paciente terá uma qualidade de vida muito melhor, Para aproveitar algumas boas coisas da vida. Até para desfrutar de uma balada noturna, o paciente poderá mudar o seu horário de diálise... Entretanto, nunca deverá deixar de cumprir com sua diálise, a não ser por autorização médica!

O paciente tem que ter a consciência que, neste tipo de terapia, ele está no comando. Não vai sofrer com espetadas de agulhas de grosso calibre nem com o mal-estar que, geralmente, ocorre durante e depois da hemodiálise, mas vai ter que aprender a cuidar de si, vivendo com uma dieta apropriada para um paciente renal crônico.

Cuidando rigorosamente da higiene no procedimento e fazendo uma dieta comprometida com o seu tratamento, o paciente estará se ajudando muito, podendo levar uma vida normal.

Faça a sua parte mudando de atitudes, pensamentos e sentimentos.

Não só os pacientes renais crônicos, mas todos aqueles que fazem um tratamento à espera de um desfecho favorável, têm que ter fé.

A fé nada mais é que um sentimento de crença em algo profundo que se traduz na confiança em algo superior, que pode ser uma entidade com poderes sobrenaturais ou pode ser a própria mente da pessoa agindo de forma positiva em função da melhora do corpo.

Não se trata de religião, que é um conjunto de dogmas e ritos que variam em cada tipo de crença. Como todas as religiões têm como objetivo nos conduzir para o caminho do bem, basta o paciente acreditar, ter fé, ter esperança que vai conseguir o resultado esperado. Caso o paciente não pratique nenhuma doutrina, vale a  mesma coisa: ter fé na sua própria mente e a esperança no desfecho feliz.

Praticar a caridade vai ajudar bastante, porque você vai enxergar que existem pessoas ao seu redor em situação muito pior que a sua e que, geralmente, precisam da sua ajuda, mesmo que essa ajuda seja uma palavra de carinho, de ânimo e de conforto. Fazendo isso você vai sentir uma grande melhor interior.

E ainda há outro ingrediente muito especial a acrescentar: a gratidão

O paciente renal crônico tem que ser grato porque, embora sofra, há uma esperança de resolver seu problema a médio ou longo prazo. Essa gratidão também tem que ser estendida aos profissionais que cuidam de você e estão empenhados em lhe proporcionar uma qualidade de vida melhor. Essa gratidão também deve ser dedicada aos seus familiares e amigos que estão sempre ao seu lado, orando ou torcendo por você.

Juntando tudo isso: a confiança, a esperança, a caridade e a gratidão você terá um produto vital para elevar a autoestima. E a ciência tem provado que esses sentimentos atuam em áreas cerebrais responsáveis pelas emoções e são capazes de reforçar o sistema imunológico.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem realizado investigações sobre os fenômenos da fé e da espiritualidade, como conceitos multidimensionais de saúde, considerando que a fé e a espiritualidade, junto às dimensões corporais, psíquicas e sociais são vitais aos processos de melhora e cura das doenças.

Proporcione a você mesmo mais essa ajuda. Procure ser feliz!

Comentários

  1. Meu marido faz DPA em casa. A única coisa a ser superada é viajar com o equipamento. Se alguém souber como viajar para a Europa com a máquina fresenius, por favor, avise. Aqui ela é de 110 volts. Na Europa, de 220. Como fazer? Aluguel?

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    1. Olá!
      Essa questão é simples de resolver. Basta adquirir um transformador redutor de 220V para 110V (1.000 Wats).

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  2. Comecei a diálise peritoneal esse mês e me incomoda um pouco o inchaço da barriga após a terapia, você tem alguma dica pra diminuir o tamanho da barriga?

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    1. Boa tarde, Luiz!
      É normal que isso aconteça e é um dos inconvenientes da diálise peritoneal.
      Talvez você fazendo caminhadas leves melhore um pouco, mas todos os colegas de peritoneal que eu conheço pessoalmente se incomodam com a barriguinha. Dos males o menor. Temos que conviver com isso.
      Um abraço.

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