Cicladora para diálise peritoneal automatizada - DPA

Como havia dito, antes de ingressar na diálise precisamos passar por um treinamento ministrado pela enfermeira do Centro de Diálise. Ela nos ensinou a utilizar a técnica correta de conexão e desconexão do paciente, manipulação do sistema, manuseio da cicladora e cuidados com o cateter.

Acho interessante falar que será o médico do Centro de Diálise quem irá prescrever a diálise peritoneal conforme seu peso, altura e capacidade própria do peritônio em filtrar as toxinas para realização eficiente da DPA.

A enfermeira da equipe programa na máquina cicladora do paciente, de acordo com a prescrição médica, os dados relativos a sua diálise: volume de infusão da solução de diálise, volume total da terapia e o tempo total da diálise.

Com base nos dados inseridos, a máquina de DPA monitora e controla automaticamente os ciclos da diálise peritoneal: número de infusões da solução, tempo de permanência na cavidade peritoneal e volume do líquido de cada drenagem.

Abaixo mostrarei algumas fotos do material utilizado:
Cicladora para diálise peritoneal automatizada da Baxter
Bolsas de solução dialítica embaladas com 6 e 2 litros

Cassete com as mangueiras de conexão com o paciente (no lado esquerdo), com as bolsas e mangueira de descarte

Dreno de descarte
Todo o material vem  embalado hermeticamente e somente na hora de utilizar retiramos das embalagens, depois de lavadas.

Presilhas ou clamps

Caps (tampas do cateter)

Cicladora conectada com as bolsas, faltando somente abrir os clamps (presilhas) para a máquina fazer o preenchimento das linhas. Após o preenchimento, usarei a linha do paciente (a primeira do cassete - tampa azul clara) e conectarei no meu cateter. Para esta operação é imprescindível usarmos máscaras cirúrgicas.


Agora, eu estou na cama e não posso sair até acabar o procedimento. Hora de nanar, ler, assistir TV... O cateter tem que ser devidamente preso com esparadrapo Transpore.



Tivemos que deixar um espaço para guardar o material que chega todo mês. Olha só o pouquinho que eu uso durante um mês!!

A cicladora é uma máquina “quase silenciosa”. Nas primeiras noites era muito difícil dormir.  Aí meu marido teve a ideia de instalar um disc-man com dois autofalantes colocados debaixo da cama e, na hora de dormir, escolhíamos  um CD de música barroca, na seleção repeat, e ficávamos ouvindo bem baixinho a noite toda.  Ajudou bastante a disfarçar o barulhinho da máquina. Hoje já estamos acostumados e dispensamos o CD.

A cicladora é uma máquina inteligente que, além de comandar toda a operação, fornece todas as informações no seu visor de led, como volume de drenagem inicial, quantidade de solução infundida, tempo de permanência, volume de drenagem da solução, encerramento da diálise e, principalmente, a  UF (ultra filtração), dado importante que tenho que anotar diariamente numa tabela para levar ao médico na consulta mensal.

Na fase de drenagem da solução no processo de diálise, a cicladora pode, de repente, emitir um sinal estridente de alarme. Isso ocorre sempre que ela não está conseguindo fazer a drenagem em virtude de má posição do cateter no interior do  peritônio. Aí o paciente tem que mudar de posição, até encontrar uma que faça a drenagem funcionar, pode ser ficando de costas, virado para a direita, para a esquerda, mas jamais de bruços. Essa é uma posição de dormir que, embora gostosa, temos que esquecer que existe.

Ao encerrar  o processo de diálise a máquina só alerta com o aviso no visor, mas não dá alarme. De modo que se a gente quiser continuar dormindo, não tem problema.
Ao acordar, antes de sair da cama, é preciso desinfetar bem as mãos com álcool-gel, colocar novamente a máscara cirúrgica, abrir o invólucro com o cap novo, clampar a linha do paciente que sai da máquina, travar o terminal do cateter, desconectar  e colocar o cap novo. Pronto! Já posso iniciar o meu dia!


Aí meu marido entra novamente em ação.  Ele troca os esparadrapos do cateter, mudando para uma posição mais confortável para eu passar o dia e remove os resíduos de cola de esparadrapo na minha barriga. Depois embala as mangueiras,  bolsas e tampinhas que vão para descarte, despeja no vaso sanitário o garrafão contendo a solução dialítica que foi drenada, lava o garrafão, arruma todo o local e deixa tudo prontinho e protegido com um lençol para a próxima sessão. Tenho ou não, o melhor marido do mundo?

No próximo post falarei sobre cuidados especiais, medicamentos e dieta.

Comentários

  1. bom dia! onde encontro a cicladora?

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    1. Olá, Fátima!
      Veja dicas:
      https://vivendoadialiseperitoneal.blogspot.com.br/2017/10/dialise-peritoneal-dicas-sobre.html

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  2. oi boa tarde eu faço hemodialise e pretendo fazer a dialise peritonial mais não sei quanto custa essa maquina vc poderia mim informar o valor de uma ou se o SUS doa como funciona ?

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    1. Boa tarde, Chiquinho!
      Dá uma lida na postagem do dia 02 de outubro
      http://vivendoadialiseperitoneal.blogspot.com.br/2017/10/dialise-peritoneal-dicas-sobre.html

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  3. Hélia, tudo bem?
    Vou iniciar a diálise peritoneal no próximo mês, vi a foto das embalagens e queria saber qual o tamanho de cada caixa. Vou mudar e quero instalar prateleiras para estocar essas caixas.

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    1. Bom dia, Okada, tudo bem?
      Quanto a você instalar prateleiras em sua nova casa eu acho que não é uma boa escolha. Eu recomendaria a você fazer pallets com altura suficiente para poder limpar por baixo.
      Cada caixa de solução dialítica mede 0,39 x 0,30 x 0,25 m(h) e pesa mais de 18 quilos. Em cada caixa tem 3 bolsas de 6 litros.
      Ainda há a caixa de cassetes que é mais leve só que é grande. Ela mede 0,48 x 0,28 x 0,42 m(h). Há também caixa com outros insumos que mede 0,40 x 0,20 x 0,14 m(h).
      No meio do tratamento sua prescrição poderá mudar e aí você ficará com material sobrando em “stand-by”, então você terá que fazer um constante remanejamento de caixas. Assim, os pallets ou o estrado são a melhor solução. Mesmo porque você terá que guardar no mesmo local as caixas com álcool gel, álcool 72GL, gaze estéril, gaze hidrófila, esparadrapo micropore, sabonete líquido antisséptico, papel toalha etc.
      No meu caso, eu tenho uma cama de solteiro antiga, com estrado super reforçado e ela fica lotada!
      Por exemplo: eu parei com a prescrição da solução com selo amarelo (1,5%), e eu mantenho as 8 caixas restantes guardadas para uma eventual mudança de prescrição.
      Realmente a prateleira, além de, ser muito mais cara deverá ser muito resistente e dará muito mais trabalho para fazer a limpeza e remanejamento. Eu só não fiz o pallet porque eu tinha essa cama resistente! Ela chega a suportar, às vezes, quando da entrega do material, mais de 500 quilos!

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    2. Hélia, grato pelas informações.
      Acabei comprando um armário grande, onde consigo empilhar as caixas e mantê-las limpas.
      Meu volume de caixas não é tão grande e consigo organizar à medida que vou usando.
      Achei o tratamento bem melhor que a hemodiálise, sem precisar me deslocar até a clínica constantemente, além de dormir no horário correto.
      Semana passada retirei o cateter de hemodiálise do pescoço, foi um alívio!
      Agora é tocar a vida e aproveitar o tempo livre!
      Parabéns pelo blog, as informações publicadas são muito úteis e me ajudaram bastante na hora de decidir pelo implante do cateter peritoneal.
      Fiz o implante dos dois cateteres no mesmo dia, o provisório de hemodiálise e o peritoneal. Me poupou uma ida a mais para o hospital.

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  4. Olá, Okada!
    Que bom que tudo está dando certo!
    Nós pacientes renais precisamos nos ajudar a ter uma qualidade de vida melhor. Como você disse vamos tocar a vida e aproveitar o tempo livre!
    Um feliz 2018! Força pra encarara as dificuldades do dia a dia e viver um dia de cada vez com muita paz e serenidade.
    Um abraço!

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  5. Helia,

    Vou começar essa batalha. jà levei a documentação e agora é esperar que chamem, pois é pelo SUS. Tenho marido e um filhinho de 4 anos. Moro num apartamento pequeno e já que preciso, o ideal seria a DPA. Tenho muitas dúvidas. Você trabalhava ante? ainda trabalho. Não sei se vou conciliar. Muitas dúvidas...

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  6. Boa noite helia...meu nome é helen e minha mãe iniciou a diálise peritonial. Ela nao gosta da maquina....quetia continuar com e hemo...porém as veias.dela.nao aguentam.
    Sabe se existe uma máquina para comprarmos? Ela acha a fornecida pelo Instituto muito grande. Super obrigada!

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    1. Helen, eu só conheço a cicladora da Baxter. É essa que a sua mãe utiliza? Vocês moram em qual cidade?
      Um abraço.

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  7. Boa noite. Meu marido usa a Fresenius cicladora. De 110 volts. Queremos viajar para a Europa e lá só tem 220 volts. Estamos buscando alternativas para isso junto ã fabricante.

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    1. Bom dia!
      Uma sugestão é comprar um transformador redutor 220V para 110V (1.000 Wats).
      Um abraço e boa viagem!

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    2. A cicladora Claria da Baxter é bivolt.

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  8. Bom dia, vc sabe me informar a medida da máquina de diálise peritoneal?

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    1. Bom dia, Nicolau.
      Você vai iniciar o tratamento da diálise peritoneal?
      A cicladora tem as seguintes dimensões: 47 x 37 cm e 17 cm de altura.
      Na postagem http://vivendoadialiseperitoneal.blogspot.com/2017/10/dialise-peritoneal-dicas-sobre.html
      Um abraço e um ótimo tratamento!
      Helia

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