Diálise Peritoneal - Peritonite

PERITONITE- Nós, pacientes renais em diálise peritoneal, sempre escutamos que há possibilidade de um dia passar por essa situação e, ao mesmo tempo, torcemos pra que isso não aconteça com a gente.

Pois é, acabei aprendendo na própria pele, ou melhor, no meu próprio peritônio.
Após 1 ano e três meses,  eu estava com meu óstio perfeito! Mesmo assim, com peritonite. Por fora minha barriga estava perfeita. Mas o perigo estava escondido lá dentro!

Por essa razão fiquei muito tempo sem postar nada neste blog. Eu estava cuidando da minha peritonite e tive até que ser internada por uns dias, fazendo a diálise peritoneal no próprio quarto do hospital e recebendo doses cavalares de antibióticos.

Fiquei internada do dia 12/07/2016 ao dia 16/07/2016. Durante esses dias eu fiz a diálise peritoneal no quarto do hospital. Meu marido levou tudo o que era necessário e me ajudava a me conectar.  Durante essa internação passei a tomar os antibióticos e fiz uma série de exames.  Após a alta continuei tomando os antibióticos na Unidade de Tratamento Dialítico. 


Em meu quarto no hospital minha cicladora foi montada ao lado da cama.


E todo o suprimento de Dianeal, equipos e material de higiene era abastecido a cada dois dias pelo meu marido.

Quando tive alta e foram encerradas as aplicações de antibióticos veio uma nova surpresa menos de um mês depois: uma peritonite recorrente, ao que tudo indicava, muito mais forte.

Desta vez os médicos foram mais incisivos no diagnóstico: além de internar novamente eu teria que fazer uma cirurgia para a retirada do cateter de Tenckhoff do meu peritônio, porque era evidente que ele estava contaminado. O médico até brincou dizendo: “Não sabemos o que vamos encontrar atrás dessa porta. Pode ser uma lagartixa, um jacaré ou até um dinossauro”.

Fiquei internada do dia 18/08/2016 ao dia 27/08/2016 com muita, muita dor. Durante esses dias meu marido teve que levar novamente todo o material de diálise (as soluções, os equipos e a cicladora). Nos primeiros dias eu consegui fazer todos os ciclos da diálise. Nos últimos dias eu não suportava a dor causada pela solução dialisadora no peritônio. Então, um dia, logo no primeiro ciclo eu peguei uma bolsa manual e drenei a solução dialisadora. Estava cor de laranja, turvo, cheio de leucócitos! E o pior é que não foi detectado o “bicho” que peguei. Só pode ser uma bactéria extraterrestre ou pré-histórica.  Então foi a hora de fazer uma pequena cirurgia para retirar o cateter infectado. Não via a hora de ser chamada para esse procedimento...

Eu agradeço a toda equipe médica, enfermeiros e equipe de manutenção e alimentação. Todos muitos atenciosos e carinhosos.

Não sei o que aconteceu para eu pegar a maldita peritonite. Hoje, eu acredito que esses bichinhos impossíveis de se ver a olho nu, são tão poderosos e incansáveis que fica quase impossível combate-los. Ainda não sei qual o “bicho” que me pegou de jeito. Mas eu sou teimosa! Quando voltar  novamente para a diálise peritoneal, vou ser mais cuidadosa ainda!
Resultado: tive que retirar o cateter do peritônio, o que foi um alívio porque doía demais. Entretanto, eu quero voltar para a diálise peritoneal. E como vai ser isso? Meus rins não funcionam e meu peritônio vai demorar uns três meses para se restabelecer.

Aí não teve outro jeito... Tive que cair na hemodiálise...

Mas havia um problema que eu já havia citado logo no começo desta minha trajetória: eu tenho rins policísticos e, como brinde, também possuo um aneurisma escondido num local inoperável, bem atrás do cerebelo. Por causa disso o meu procedimento de hemodiálise teria que ser feito sem a substância anticoagulante chamada Heparina.

Nos próximos posts vocês vão saber como está sendo minha vida dura na hemodiálise.

Comentários

  1. Você é uma pessoa maravilhosa em ajudar a tanta gente.

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  2. Olá! Venho acessando seu blog e indicando a colegas da diálise.
    Acabei de receber alta de uma peritonite, a primeira, depois de 3 anos dialisando normalmente.
    Acredito que a contaminação se deu em uma noite, quando tive diarréia e vômito devido a uma intoxicação alimentar. Fui imprudente e ao acordar fiz a assepsia e me desconectei no meio da diálise, na madrugada. Fui ao banheiro e ao voltar, devo ter descuidado na assepsia antes de me conectar novamente.
    Foi uma semana insana, muita dor!
    Foram testados antibióticos na ultrabag em troca manual em dose de ataque, porém não teve efeito depois de 5 dias.

    Trocaram então os antibióticos e a infecção cedeu. Ainda estou com uma barriga de grávida de 7 meses, porém a musculatura está relaxada.
    Como o abdomên está ainda inflamado e dilatado, ainda sinto alguma dificuldade em respirar e estou com uma gastrite.

    Acredito que vou poder manter o cateter.

    Agradeço pelas postagens, são sempre úteis, quando encaramos situações novas e precisamos tomar uma decisão.

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    Respostas
    1. Olá, Okada!

      Espero que esteja se sentindo melhor após a sua peritonite (ninguém merece!).
      Fico feliz que o blog está ajudando você e a outros pacientes renais e suas famílias.
      Okada, você se conectava após se desconectar? Era usual em fazer isso?

      NUNCA SE CONECTE NOVAMENTE! SE DESCONECTOU? ABORTE A DIÁLISE! DESLIGUE A MÁQUINA! EVITE A PERITONITE!

      A peritonite que é a inflamação do peritônio é muito dolorida, temos que tomar antibióticos fortes e rezar pra não ter que retirar o cateter.

      Se cuide, Okada!
      Um abraço.


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