PERITONITE- Nós, pacientes renais em diálise peritoneal,
sempre escutamos que há possibilidade de um dia passar por essa situação e, ao
mesmo tempo, torcemos pra que isso não aconteça com a gente.
Pois é, acabei aprendendo na própria pele, ou melhor, no
meu próprio peritônio.
Após 1 ano e três meses, eu estava com meu óstio perfeito! Mesmo assim,
com peritonite. Por fora minha barriga estava perfeita. Mas o perigo estava
escondido lá dentro!
Por essa razão fiquei muito tempo sem postar nada neste
blog. Eu estava cuidando da minha peritonite e tive até que ser internada por
uns dias, fazendo a diálise peritoneal no próprio quarto do hospital e
recebendo doses cavalares de antibióticos.
Em meu quarto no
hospital minha cicladora foi montada ao lado da cama.
E todo o suprimento de
Dianeal, equipos e material de higiene era abastecido a cada dois dias pelo meu
marido.
Quando tive alta e foram encerradas as aplicações de
antibióticos veio uma nova surpresa menos de um mês depois: uma peritonite
recorrente, ao que tudo indicava, muito mais forte.
Desta vez os médicos foram mais incisivos no diagnóstico:
além de internar novamente eu teria que fazer uma cirurgia para a retirada do
cateter de Tenckhoff do meu peritônio, porque era evidente que ele estava
contaminado. O médico até brincou dizendo: “Não sabemos o que vamos encontrar
atrás dessa porta. Pode ser uma lagartixa, um jacaré ou até um dinossauro”.
Fiquei internada do dia 18/08/2016 ao dia 27/08/2016 com
muita, muita dor. Durante esses dias meu marido teve que levar novamente todo o
material de diálise (as soluções, os equipos e a cicladora). Nos primeiros dias
eu consegui fazer todos os ciclos da diálise. Nos últimos dias eu não suportava
a dor causada pela solução dialisadora no peritônio. Então, um dia, logo no
primeiro ciclo eu peguei uma bolsa manual e drenei a solução dialisadora.
Estava cor de laranja, turvo, cheio de leucócitos! E o pior é que não foi
detectado o “bicho” que peguei. Só pode ser uma bactéria extraterrestre ou
pré-histórica. Então foi a hora de fazer
uma pequena cirurgia para retirar o cateter infectado. Não via a hora de ser
chamada para esse procedimento...
Eu agradeço a toda equipe médica, enfermeiros e equipe de
manutenção e alimentação. Todos muitos atenciosos e carinhosos.
Não sei o que aconteceu para eu pegar a
maldita peritonite. Hoje, eu acredito que esses bichinhos impossíveis de se ver
a olho nu, são tão poderosos e incansáveis que fica quase impossível
combate-los. Ainda não sei qual o “bicho” que me pegou de jeito. Mas eu sou
teimosa! Quando voltar novamente para a
diálise peritoneal, vou ser mais cuidadosa ainda!
Resultado: tive que retirar o cateter do peritônio, o que
foi um alívio porque doía demais. Entretanto, eu quero voltar para a diálise
peritoneal. E como vai ser isso? Meus rins não funcionam e meu peritônio vai
demorar uns três meses para se restabelecer.
Aí não teve outro jeito... Tive que cair na
hemodiálise...
Mas havia um problema que eu já havia citado logo no
começo desta minha trajetória: eu tenho rins policísticos e, como brinde,
também possuo um aneurisma escondido num local inoperável, bem atrás do
cerebelo. Por causa disso o meu procedimento de hemodiálise teria que ser feito
sem a substância anticoagulante chamada Heparina.
Nos próximos posts vocês vão saber como está sendo minha
vida dura na hemodiálise.
Você é uma pessoa maravilhosa em ajudar a tanta gente.
ResponderExcluirOlá! Venho acessando seu blog e indicando a colegas da diálise.
ResponderExcluirAcabei de receber alta de uma peritonite, a primeira, depois de 3 anos dialisando normalmente.
Acredito que a contaminação se deu em uma noite, quando tive diarréia e vômito devido a uma intoxicação alimentar. Fui imprudente e ao acordar fiz a assepsia e me desconectei no meio da diálise, na madrugada. Fui ao banheiro e ao voltar, devo ter descuidado na assepsia antes de me conectar novamente.
Foi uma semana insana, muita dor!
Foram testados antibióticos na ultrabag em troca manual em dose de ataque, porém não teve efeito depois de 5 dias.
Trocaram então os antibióticos e a infecção cedeu. Ainda estou com uma barriga de grávida de 7 meses, porém a musculatura está relaxada.
Como o abdomên está ainda inflamado e dilatado, ainda sinto alguma dificuldade em respirar e estou com uma gastrite.
Acredito que vou poder manter o cateter.
Agradeço pelas postagens, são sempre úteis, quando encaramos situações novas e precisamos tomar uma decisão.
Olá, Okada!
ExcluirEspero que esteja se sentindo melhor após a sua peritonite (ninguém merece!).
Fico feliz que o blog está ajudando você e a outros pacientes renais e suas famílias.
Okada, você se conectava após se desconectar? Era usual em fazer isso?
NUNCA SE CONECTE NOVAMENTE! SE DESCONECTOU? ABORTE A DIÁLISE! DESLIGUE A MÁQUINA! EVITE A PERITONITE!
A peritonite que é a inflamação do peritônio é muito dolorida, temos que tomar antibióticos fortes e rezar pra não ter que retirar o cateter.
Se cuide, Okada!
Um abraço.