Cicladora para diálise peritoneal automatizada Baxter - passo a passo

No momento já tenho mais experiência com a cicladora, o que antes era para mim uma novidade onde eu não conhecia nada, hoje encaro com mais tranquilidade. Acaba virando rotina e fazemos tudo com mais facilidade, mas devemos ter sempre muita atenção e higiene.

Vou postar algumas fotos pra vocês entenderem como funciona a terapia passo a passo. 

Após aquela lavagem rigorosa das mãos, já descrita em post anterior, eu ainda desinfeto com álcool gel. A máscara e uma touca descartáveis devem ser usadas somente uma vez. Se alguém estiver no quarto, também deverá usá-las.

No início a cicladora perturbava o meu sono com o barulho normal dela  ou quando apitava várias vezes, mas hoje já acostumei. Quando ela apita é um sinal para que eu mude de posição porque a máquina está com dificuldade para drenar devido à posição do cateter

Então eu mudo de posição, a cicladora continua a drenar e eu continuo a dormir.
                                   

1. A luminosidade do painel me incomoda. Meu marido resolveu o problema colocando um cartão preto para cobri-lo.

2. Após ligar a cicladora (ela tem o botão liga/desliga na parte posterior) aparecerá escrito "inserir cassete".

3. Só com essa ordem a alavanca do lado esquerdo destravará a porta do dispositivo onde  será inserido o cassete.

4. Caso o cassete não seja corretamente inserido, a alavanca não travará a porta. Nesse       caso a operação deve ser repetida.

5. As 5 linhas que saem do cassete vão para o organizador, que é colocado na parte externa da porta.

6.O clamp (ou presilha)  deve ser colocado com precisão no lugar certo. Um milímetro de diferença impedirá o rompimento do lacre.

7.Cada uma das 5 linhas (mangueirinhas) do cassete tem sua função específica, que detalharei no próximo post.

8. Após a colocação do cassete a cicladora fará o “auto teste”, para ver se está tudo em ordem.

9. Se estiver tudo OK, a cicladora manda “conectar bolsas”. No meu caso são 2 bolsas de 6 litros cada.

10. A operação de quebrar o lacre e colocar o conector na bolsa tem que ser rápida e cuidadosa.

 

11. Uma das linhas é a da drenagem de descarte, que vai para um garrafão.

12. Agora a cicladora manda abrir os clamps (presilhas). Tudo o que ela manda fazer tenho que obedecer, sem discutir. Eu faço a minha parte e ela faz a parte dela.

13. Exemplo  de presilha (clamp) sendo retirada de uma das bolsas.

14. Em seguida, eu aperto a tecla GO e a cicladora começará a preencher as 5 linhas. 

15. A cicladora vai trabalhar durante alguns minutos preenchendo todas as linhas e não deixando nenhuma bolha de ar. Hora de lavar as mãos novamente.

16. Assim que ela terminar de preencher as linhas, a cicladora vai emitir um sinal sonoro para avisar que está na hora de começar.

17. Esse é o prolongamento do cateter que está na minha barriga. Ele mede 25 cm.

18. Tenho que fechar o registro do prolongamento e clampar a linha do paciente que está à direita.

19. Rapidamente e com cuidado tenho que tirar a tampinha (“cap”) do prolongamento e retirar o lacre azul da linha do paciente.

20. Agora estou fazendo a conexão da linha do paciente com o prolongamento do cateter. O “cap” vem com uma solução de iodo em seu interior.

21. A drenagem inicial  é realizada automaticamente para retirar a solução  que possa ter ficado no peritônio na diálise da véspera.

22. Daí pra frente a cicladora vai trabalhar sozinha. Após o aquecimento da bolsa  ela começará a infundir o soro dialítico como foi programado.

23. Após a infusão, o soro ficará em permanência. No meu caso são 4 ciclos de 2 litros com 2 horas de permanência.

24. Os ciclos são: Infusão, Permanência e Drenagem (tempo total: 10 horas).  Na foto a cicladora avisa que a 1ª permanência está terminando.

25. Terminado o tempo de permanência, tem início a drenagem.

26. A cicladora deverá drenar um volume de soro dialítico próximo ao que foi infundido.

27.Decorridas 10 horas, finalmente chega o Término da Terapia.

28. É hora de passar álcool gel nas mãos, colocar a máscara e abrir a embalagem de um novo “cap” (tampinha do cateter).

29. Em seguida fecho o conjunto de transferência (prolongamento)  e o clamp da linha do paciente.

30. Em seguida desconectar.

31. Pronto. Está desconectado. Essa operação final também deve ser feita com o máximo cuidado e rapidez. 

32. A linha do paciente é descartada com o resto do material. E o novo "cap" está colocado no conjunto de transferência.

33. Pressionando as setas vou obtendo os resultados, como a UF total,

34. a permanência média e o tempo de permanência perdido.

35. Anoto tudo na minha planilha.

36.Inclusive o volume de urina noturna.

37. Agora é hora de retirar o cassete usado.  Feito isso aperto a tecla “GO”.

38. E a cicladora pede para ser desligada. É uma máquina muito inteligente e educada. 

Com os vários dias de treinamento que recebemos na Unidade de Tratamento Dialítico, aprendemos a lidar bem com a cicladora. O começo foi difícil porque o cateter estava recém implantado em meu peritônio e as etapas de infusão, permanência e drenagem causavam alguma dor e desconforto.

Agora, 9 meses depois, tudo isso é coisa do passado. A diálise passou a ser rotina.

A cicladora Baxter passou a fazer parte do meu dia-a-dia e sou muito grata a ela, que é responsável pela minha sobrevivência.