Mas afinal, o que é o peritônio?
Dentro do nosso abdômen, os nossos órgãos (intestinos, fígado, estômago...) estão cobertos por uma fina membrana que forma a cavidade peritoneal. É exatamente esta fina membrana que se chama peritônio.
O peritônio elimina substâncias tóxicas ao organismo (ureia e creatinina), bem como o excesso de sal e de água, que não deve permanecer no nosso corpo porque causa inchaço.
A diálise peritoneal utiliza o nosso peritônio para funcionar como se fosse um filtro, permitindo a passagem de algumas substâncias e impedindo a passagem de outras, claro que dependendo do tamanho delas.
O peritônio deixa passar alguns produtos de pequeno tamanho (ureia e creatinina), mas não deixa passar outros de tamanho maior (como proteínas, hormônios, etc.).
Mas afinal, como o peritônio retira do nosso organismo as toxinas e a água durante o período em que fazemos a diálise?
Através da difusão, que é a passagem das substâncias tóxicas do lado de maior concentração para o outro lado de menor concentração.
Vou dar um exemplo: Imagine dois tanques. Um com água barrenta (o nosso sangue) e outro com água limpa (o soro dialítico) e separamos estes dois tanques com uma parede com alguns buraquinhos (o nosso peritônio).
O que acontecerá depois de algum tempo, quando voltarmos para olhar os tanques?
Vamos ver dois tanques com água turva, porque a sujeira do tanque de água barrenta passou para o tanque de água limpa.
Na diálise peritoneal, acontece a mesma coisa: as toxinas do sangue passam para dentro do peritônio, onde está a solução limpa. Por isso, depois de um determinado tempo é necessário drenar a solução que esteve em permanência no nosso peritônio e substituir por outra limpa, para que o processo de limpeza do sangue seja contínuo.
Cada paciente tem um peritônio diferente de outro e, para conseguir uma prescrição de diálise peritoneal apropriada existe um teste chamado PET (Teste de Equilíbrio Peritoneal).
O transporte da membrana peritoneal não se refere apenas ao transporte de solutos (toxinas urêmicas e eletrólitos), mas também ao transporte de fluidos. Tanto a eliminação de toxinas urêmicas como a ultra filtração são responsáveis pela adequação de uma prescrição correta, deste modo, é importante que estes dois parâmetros sejam avaliados por um teste de confiança.
É através do teste do PET que poderemos saber se as toxinas passam de forma rápida ou lenta da circulação sanguínea pra a solução dialítica. Se as toxinas forem transferidas rapidamente, diz-se que a pessoa é um “alto transportador”. Se as toxinas forem transferidas lentamente, diz-se que a pessoas é um “baixo transportador”. Há também o “médio transportador”.
No meu caso, minha prescrição foi alterada após o teste PET. Fui promovida! Eu fazia 8h de DP e passei a fazer 10h! Mais tempo para ler na cama!!
Como o peritônio retira toda a água em excesso no nosso organismo?
Através da osmose, que é a passagem de líquidos de um meio de menor concentração para um meio de maior concentração.
A solução de diálise contém glicose e cada paciente receberá um tipo de bolsa de solução dialítica com uma porcentagem de glicose. Existem três tipos de bolsas com diferentes concentrações.
É através da força exercida pela presença da glicose que o líquido em excesso é retirado. A glicose puxa a água de dentro dos nossos vasos de sangue para a cavidade peritoneal.
Osmose e difusão
Osmose e difusão são dois tipos de transporte passivo, que acontecem entre duas soluções e que tem como propósito igualar as concentrações dessas soluções.
A difusão é o transporte de soluto, através de membranas do meio mais concentrado para o menos concentrado.
A osmose consiste na passagem do solvente do meio de maior concentração para o meio de menor concentração.
Soluto e solvente
O soluto, que é considerado o dispersor, pode ser definido como a substância dissolvida, ou seja, a que se distribui no interior de outra substância na forma de pequenas partículas.
O solvente é a substância chamada de dispersante, ou seja, é a que permite que o soluto distribua-se em seu interior.
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